Blogaldo.

De qualquer jeito; às vezes, é difícil até para felicidade ser feliz. Porém, por mais que ela esteja triste, ela sempre se chamará felicidade. Sacas?

Levantar o canto da persiana com os dedos era a ação mais curiosa que Becky fazia.
Parecia que ela se encantava em ver a esquina. Por mais que não existisse nada ali além das zebras no chão.
Quarta-feira: 17:12. Estava a voltar para casa. Uma dos poucos dias que não vinha bai apé para poder passar defronte os sonhos da igreja. Talvez tenha sido uma escolha ruim, pois lugar no ônibus era o que menos havia. Forçou-se a ficar de cara com um encarte escrito: " Um problema na janela de um ônibus, é um problema passageiro." Achou engraçado, riu sozinha. Acho que o riso foi realmente alto, pois a velha mulher de cabelos vermelhos perguntou se poderia segurar a mochila. Não, foi a resposta.
Pronto, agora a atenção estava desviada por inteiro à mulher - a qual segundos antes, não havia nem percebido que se encontrava dentro do mesmo automóvel -. Essa daí tinha uma aparência estranha. Porém, a sentada ao lado era, se possível, mais estranha ainda, pois era completamente normal. A de cabelos vermelhos, após perguntar a Becky sobre a mochila, pois-se a fitar a janela do buso. Cinco pontos já passaram, faltam só três. Dois. A mulher se levantou, esbarrou em Becky e olhou a janela novamente.
Parece que, exatamente naquela hora, alguém resolveu ler os seus pensamentos sem que deixasse.
- Senhora, posso saber o que tanto olhas?
- Como, meu filho?
- A janela, o que tem ela?
- Querido, tu já paraste para analisar o que são esquinas? Agora, depois de tantos anos que resolvi fazer; teria sido tão mais fácil se eu tivesse resolvido olhar para o lado antes.
- Mas a janela, senhora, está suja?
- Não, querido, não vou fujir. Como tu esperas que eu fuja pela janela, meu amor? Não, não, não.
Diga-me, esquinas.
- A parada da esquina é a próxima!
Até o cobrador.